Programa Mais Médicos alcança números recordes e especialista explica o porquê de iniciativas como estas devem existir
Seis após retomada, 18,5 mil profissionais foram destinados a regiões com baixo atendimento de saúde e que sofrem com dificuldade em encontrar atendimento
Os números da saúde pública no
Brasil estão crescendo. Uma certificação disto foi uma recente atualização
compartilhada pelo Governo Federal, indicando que o programa chegou a marca de
18,5 mil profissionais em atuação na atenção primária à saúde seis meses após
sua retomada, em 2023.
Além deste registro quantitativo,
o programa também chega em seu maior volume histórico de médicos em atividade,
superando a antiga marca de 18,2 mil profissionais registrados em 2015. Outra
informação é que, hoje, a grande maioria destas pessoas no campo do atendimento
são graduadas em escolas brasileiras.
Em sua essência, o projeto foi lançado
com o propósito de diminuir as disparidades regionais e visava suprir a
carência de profissionais de saúde em áreas remotas e economicamente
desfavorecidas. Tentativa interpretada com um acerto pelo advogado especialista
em direito de saúde e direito público, Thayan Fernando Ferreira.
“Meio aos desafios do sistema de
saúde brasileiro, o programa Mais Médicos emerge como uma iniciativa
estratégica para levar atendimento médico a regiões historicamente
desassistidas. Sua atividade é crucial, uma vez que amplia o atendimento
gratuito, atendendo às necessidades de populações vulneráveis e contribuindo
para o fortalecimento do sistema de saúde como um todo”, argumenta Thayan, que
também é membro da comissão de direito médico da OAB-MG e diretor do escritório
Ferreira Cruz Advogados.
Para o especialista, a
importância de tais programas transcende a assistência imediata, impactando
positivamente a qualidade de vida e promovendo a equidade no acesso aos
serviços de saúde. “O Brasil, um país vasto e diversificado, enfrenta uma
disparidade significativa na distribuição de profissionais de saúde. Muitas
comunidades, especialmente em regiões mais afastadas, carecem de acesso a
serviços médicos básicos. O Mais Médicos surge como resposta a essa lacuna,
buscando não apenas preencher vagas, mas também promover uma transformação
estrutural no sistema de saúde”, acrescenta.
Interpretando mais a fundo,
Thayan enxerga o Brasil como um país vasto e diversificado, mas que enfrenta
uma disparidade significativa na distribuição de profissionais de saúde. No
contra-argumento, e em justificava de mais iniciativas que visam a maior
promoção da qualidade de vida entre os brasileiros, o advogado retorna a Lei
8.080, de setembro de 1990.
“Nossa Constituição tinha apenas
dois anos quando foi sancionada a Lei 8.080 que dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências. De acordo com o objeto,
a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as
condições indispensáveis ao seu pleno exercício. E ainda que é dever do Estado
não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Por isso,
programas como Mais Médicos devem existir. Para assegurar o que a lei
determina”, indica o advogado.
Na prática, o programa vai além
do simples atendimento médico. Ao levar profissionais qualificados a locais
desprivilegiados, a iniciativa contribui para a promoção da saúde preventiva e
para a criação de uma infraestrutura robusta. Essa abordagem holística não
apenas trata doenças, mas também trabalha na prevenção, melhorando a qualidade
de vida e promovendo a equidade no acesso aos serviços de saúde.
Apesar dos avanços, o programa
enfrenta desafios, desde questões logísticas até críticas em alguns setores.
Entretanto, a necessidade urgente de ampliar o acesso à saúde evidencia a
importância de iniciativas como o Mais Médicos. O debate sobre aprimoramentos é
saudável, mas a manutenção e expansão desse programa são vitais para alcançar
uma saúde mais justa e abrangente em todo o país.
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